Hoje a minha ex-crush faz anos >.< E eu enviei-lhe um testamento à meia-noite, mas ela ainda nem viu, e hoje vou à sua festa de anos. Pena só ter descoberto que era o níver dela hoje, porque não tive tempo para lhe fazer uma prenda, mas ainda posso dar mais tarde. Em todo o caso, parece que há mesmo quem goste de ler esta minha coluna simples, e recebi algumas recomendações de canais de youtube tão boas (o comentário foi de Nigoyu, sigam o seu [blog]!), que tenho de recomendar aqui algumas das minhas descobertas. Claro que como a minha pessoa tem horários para tudo, só vai responder aos comentários na próxima segunda...
Artigo do dia: [www]
É uma discussão sobre como encontros entre certos grupos lgbt+ acabam muitas vezes por, acidentalmente, pisar em pessoas de certas identidades. No contexto desse post, fala-se especificamente de um grupo bi+ - pessoas que, independentemente dos termos que usam, sentem atração por pelo menos 2 géneros. O termo alternativo mais correto para isso seria espectro multi, m-spec, ou mesmo pluralian. O problema é que muita gente acaba por dizer que são pessoas multissexuais - o que exclui pessoas que só sentem atração por pelo menos 2 géneros romanticamente e não considera que atração romântica não tem de estar alinhada com a sexual - ou mesmo só bissexual - sendo que, adicionalmente à desconsideração pela atração romântica, apenas "bi" não é um termo guarda-chuva bom o suficiente, dado que muitas pessoas não sintam que essa label as descreva. Eu já mencionei [aqui] as razões pelas quais alguém poderá optar entre bi ou pan, ou mesmo usar ambas as labels, e [aqui] porquê que bi não significa necessariamente só 2. Como o artigo diz, para espaços m-spec verdadeiramente respeitosos de toda a gente, é preciso deixar claro que:
- as pessoas são bem-vindas independentemente da label que usarem ou mesmo se não usarem labels
- demonstrar que entendem porquê que alguém pode preferir uma label específica em vez da mais conhecida: pode ser por razões históricas; pode ser porque na prática sabem que se usarem uma dada label as pessoas à volta achariam algo que não é verdade com base no significado mais propagado, contudo incompleto, dessa label; pode ser porque gostam mais da raiz da palavra; pode ser porque é mais comun onde vivem e lhes facilita a vida;... ou seja, não implicar que não se dizem bi por causa de preconceito internalizado ou que não se dizem pan por causa de transfobia e exorssexismo
- atração sexual e romântica não têm de estar alinhadas, e uma pessoa pode ser m-spec só numa delas
- pessoas m-spec podem sentir atração por 2 géneros, vários géneros ou todos os géneros
- os géneros pelos quais se sente atração não têm de incluir o próprio nem o oposto, até porque dizer isso começa logo por excluir pessoas agénero e muita gente não-binária
- pessoas m-spec podem ser e sentir atração por pessoas cis ou trans, binárias ou não-binárias. o termo "bi" e "multi" inclui todas essas possibilidades e qualquer número, contudo, há labels para combinações mais específicas.
- as pessoas podem, de entre os géneros de que gostam, ter ou não preferência por dados géneros
- pode ser usada mais do que uma label em simultâneo
Video do dia: [www]
O vídeo conta com a participação de uma nutricionista, que vai falar do combate à gordofobia (entre outras iniciativas body-positive) por parte dos profissionais de saúde. Isto dá continuidade ao artigo que eu recomendei ontem: ao estereótipo FALSO de que ser gorda implica 1) falta de saúde 2) comer muito. O vídeo destroi a noção de que a causa para uma pessoa engordar é comer: uma pessoa pode ter um estilo de vida saudável e ser gorda por exemplo devido a alguma doença genética, e vice-versa. Também denuncia como os próprios profissionais de saúde muitas vezes acreditam nesse estereótipo, associando uma pessoa gorda a alguém que não quer saber da saúde e, consequentemente, tratando-a com desprezo e discriminação (às vezes nem tentam saber a razão de les pacientes serem gordes, assumem logo que é por comer ou outra forma de desleixe), fazendo muita gente sentir-se tão mal que começa a ter vergonha de voltar ao médico - aí sim, começando a desligar-se da própria saúde. Enfim, o vídeo é longo e diz muita coisa, comentando a ironia de tantas coisas que pessoas gordas ouvem no médico que nem sequer se aplicam a elas. "Estou com dores no joelho", "Perca peso" - aí a pessoa começa a correr e se tivesse algo de mal no joelho ainda agrava o problema.
Artista do dia: [www]
Cynthia Tedy tem um estilo mesmo peculiar. É suave mas elegante, enquanto que a maioria das ilustrações que tenho colocado aqui são fofinhas e nem sempre tão suaves assim. Mas se eu tenho um "tipo" de ilustrações que amo, são figuras humanas ou mitológicas baseadas em humanas, em composições simples e com elementos da natureza ou animais. Todos os estilos de arte que tenho recomendado enqadram-se nisso de alguma forma >.< No caso desta artista, os corpos são realistas mas a pintura não é detalhada o suficiente para eu classificar como realismo, a palete de cores é pouco saturada mesmo utilizando tons como azul ou vermelho frequentemente, os contornos são muito claros e as linhas são precisas. As imagens captam muito bem certos sentimentos - isto dito, não me costumam transmitir algo muito intenso, nada de felicidade radiante ou sofrimento. Transmitem mais apatia, contemplação, nostalgia, exploração, tristeza, depressão ou aceitação. As composições são realmente bonitas, e eu clicaria no link no vosso lugar nem que fosse por isso. São segundos do vosso dia.
Até amanhã ^^
Oi! Tudo bem?
ResponderEliminarEu simplesmente amei as obras de arte de Tedy, são muito sweet. Eu gosto muito deste tipo de artistas que não são muito detalhados mas conseguem ser bem tumblr.
Beijos!
P.S --> Notícia de última hora no meu blog: Yuki no Yume
Ó EU DE NOVO AQUI! O/ Tenho que aproveitar essas minhas férias pra poder fofocar o máximo que posso no teu blog <3
ResponderEliminarEntão, primeiro de tudo eu tenho que te mostrar isso (https://twitter.com/nemanema/status/1022072130954055680), acredito que mesmo os posts sendo mais sobre representatividade e minorias, o teu lado defensor dos bichinhos ainda corre nas tuas veias, certo!? Enfim, achei hilário e muito criativa a alternativa que essa cidade teve para aquelas corridas de touros shuashuasuahsuauh (senti até um lado zueirinho br nessa ideia xD)
E pensar que algo aparentemente tão óbvio como "as pessoas são bem-vindas independentemente da label que usarem ou mesmo se não usarem labels" teria que ser deixado claro '-' Tipo, carái véi a pessoa consegue complicar até com a label que a pessoinha do lado escolhe, sendo que ao meu ver isso é bem particular, a princípio a pessoa escolhe aquela, no qual mais se identifica e se sente confortável. Não sei se eu tô meio paranoica, mas as vezes me parece que algumas pessoas impõe uma certa label para "fulaninho" só porque aparentemente ela teria características que se enquadram mais em certa label e não na outra, como se "empacotassem" a pessoa e dissessem "Ó ESSA É TUA LABEL SEJA FELIZ COM ELA E SOMENTE COM ELA, OK"... O que ao meu ver não faz muito sentido, pois se a pessoa procura a comunidade, acredito que faça isso procurando um lugar onde ela possa escolher as coisas de maneira mais "livre", um lugar onde ela pode se separar de todos os esteriótipos que a sociedade coloca nela e não encontrar um lugar onde também irão encaixotar ela e dizer para ela o que ela deveria ser ou não '-'
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA EU VI ESSE VÍDEO, adorei o comentário da Nigoyu e achei bem interessante o vídeo. E mais interessante ainda a nutricionista que tinha uma visão bem além da "dieta", aliás, algo curioso que ela falou foi como alguns profissionais enxergam a pessoa gorda como um "projeto", pensando no momento "antes e depois", felizmente nunca tive problema com isso (até porque além de ser magra nunca fui num nutricionista :v), mas observando meio de longe certas situações e até reportagens, entrevistas na tv, meio que rola essa vibe de "projeto" em cima das pessoas gordas, como se fossem uns ratinhos de laboratório pra ver se "x dieta vai dar certo" se "x shake" resolve o "problema", se tal acadêmia consegue alcançar o "novo eu" da pessoa, tudo acaba girando em torno do "antes e depois"
E sobre a artista, que coisa mais linda <3 É algo que não passa uma emoção muito forte, é algo mais "morno!?", apático como tu mesma disse, mas é gostosinho de olhar. (apesar que como toda boa dramática o meu negócio mesmo é aquelas artes de otp sofrência shuashuashua)
Kiss