Apropriação cultural, porque já estava na altura de eu falar disto


Ohayou ^^

Primeiro, uma notinha: eu tinha começado a responder aos comentários do [post sobre aborto], mas por algum motivo, depois de enviar o comentário, não aparece nada. Então mesmo que eu não vos tenha respondido, fiquem sabendo que li tudinho, como sempre, e que fiquei orgulhosa de terem entendido os meus argumentos e de acharem a minha retórica tão boa :3

Parece que eu não me canso de trazer assuntos polémicos, e hoje trago um tema igualmente duro de entrar na cabeça das pessoas: Apropriação cultural. Basicamente vou demonstrar que existe, que tem um impacto negativo, quais os critérios para averiguar a sua presença e como é que se pode parar de fazer esta asneira substituindo o problema por apreciação cultural. Como eu sou branca e, ainda para mais, de uma cultura ocidental e maioritária, não podia falar disto sem ter por base muitos links maravilhosos escritos por experts no assunto. Então, se scrollarem até ao final do post, vão ver a lista completa de artigos que me permitiram escrever isto sem dizer grande asneira.

O que é
» Definição e em quê que pode consistir:
Apropriação cultural é um termo antropológico que se refere a quando elementos de certa cultura ou grupos sociais são tomados por pessoas que não pertencem a esse grupo. Contudo, a aplicação do termo cada vez reconhece as relações de poder entre as culturas envolvidas, isto é, a apropriação só pode ser cometida por culturas mais poderosas/maioritárias. Os elementos apropriados podem ser de qualquer tipo, entre eles acessórios, penteados, música, arte, elementos religiosos ou até comportamentos sociais.

Muitas coisas que a sociedade tende a considerar "apreciação" de culturas consistem na verdade em apropriação, que é um problema bem real e com consequências que se desejaria evitar. Para saber a diferença, vão à secção "critérios" ^~^ 

» Consequências da AC:
Como eu não quero que se aborreçam já aqui, vou apenas listar tópicos traduzidos tal e qual do segundo link no rodapé do post, pelo que podem ler a justificação de tudo isto nesse link. Essencialmente, todos estes aspetos prendem-se com os critérios (na secção seguinte) que permitem detetar quando é que estamos diante de um caso de apropriação cultural. Portanto, as consequências são:
  • Trivializar de uma história de opressão violenta;
  • Permitir a uma maioria amar a cultura de uma minoria, mas manter os preconceitos contra quem a constitui;
  • Tornar certos elementos "fixes, modernas, cool" para uma maioria mas "demasiado étnicos, políticos" para uma minoria;
  • Ganhar dinheiro à custa do trabalho das minorias;
  • Premiar algumas pessoas por algo cujo mérito era de minorias culturais;
  • Propagar mentiras em massa sobre culturas marginalizadas;
  • Perpetuar estereótipos racistas;
  • Permitir que pessoas brancas façam de ânimo leve algo que levou à punição de poc (people of color);
  • Priorizar os sentimentos e vontades da maioria em detrimento da justiça e validação das minorias;
  • Banalizar símbolos de resistência;

» Enquanto problema sistemático e não individual + comentários:
Ninguém pode proibir as pessoas de usar nada, e as minorias não têm o poder de ditar o quê que não pode ser usado. É uma questão de consciência e respeita, não de regras e autoridade. Além disso, como já dito, há muita coisa que pode ser na realidade usada mesmo por culturas maioritárias, desde que verdadeiramente sob a forma de apreciação. 

O problema não está no facto de haver 1 pessoa que usou determinado penteado - apropriação não é uma questão de atitudes individuais. É um problema do sistema, que leva em conta a supremacia da sociedade em que os indivíduos se inserem. Dizer a alguém que está a cometer AC não é uma tentativa de ataque pessoal, apenas um pedido para que a pessoa se consciencialize dos seus privilégios e de que há formas menos racistas de fazer o que gosta. 

É possível abrir exceções, sim. Ainda recentemente houve o caso de uma rapariga com cancro que, tendo perdido o cabelo, decidiu usar turbante. Ninguém se teria importado com isso, tanto por ser só uma pessoa, como por consideração à sua situação. O problema foi que essa rapariga se achou no direito de dar permissão a todas as mulheres brancas, postando no facebook "vai ter branca de turbante sim". Essa atitude foi problemática não só por invalidar o que as minorias sempre disseram sobre o tema (e aquelas que tentaram de novo explicar o problema foram vistas como agressoras a atacar uma menina doente), como por impelir as pessoas a enraizar ainda mais o impacto negativo da apropriação na nossa sociedade. 

Além disso, dependendo de onde se localizam, indivíduos da mesma cultura podem ou não considerar algo ofensivo/apropriação. Um exemplo comum é a atitude de pessoas japonesas. As que vivem no Japão tendem até a ficar felizes quando o ocidente retrata algo da sua cultura, mesmo que com erros: por exemplo, quando a Katy Perry fez uma música com geishas mal retratadas, onde ninguém em cena era sequer asiático, foi muito criticada pela forma como exotizou a cultura japonesa. Contudo, essa crítica só proveio de japoneses fora do Japão. É fácil entender essa diferença comportamental quando se reconhece que os japoneses no Japão podem olhar para todo o lado e ver a sua cultura tal como realmente é, e pessoas que fazem parte dela e portanto não a vão desmerecer. Os que não vivem no Japão não têm essa sorte, e frequentemente vêm a sua origem silenciada ou apresentada como estereótipos. É natural que, dada essa contextualização e a sociedade em que vivem, as reações sejam diferentes. 

Critérios
» Como detetar AC | Condições da apropriação cultural: 
Estamos na presença de apropriação cultural quando se verificam simultaneamente estes 2 pontos:

1) Os elementos estão a ser utilizados por uma cultura maioritária: A palavra apropriação pode referir-se a várias temáticas, mas quando falamos concretamente de especificação cultural, é comum que esteja em jogo algum destes privilégios: raça (associada a caraterísticas biológicas), etnia (associada à cultura e/ou língua de alguém), classe social (aka ricos vs pobres) ou religião. 

Por isso é que não existe apropriação de culturas brancas. 
Se lerem o post mais à frente, irão constatar que um exemplo de apropriação são pessoas brancas a utilizar penteados tipicamente Afro. Há quem tente criticar isso dizendo que muita gente negra alisa o cabelo e o pinta de cores claras, chamando isso de "apropriação reversa" ou expressões assim. Essa crítica é ridícula, pois uma das razões pelas quais pessoas negras começaram a fazer isso foi para pararem de ser mal vistas - e nem assim funcionou: como o cabelo delas é naturalmente encaracolado, é frustrante terem tanto trabalho para um cabelo que não se mantém "aceitável" para os padrões brancos. Ironicamente, por outro lado, se forem pessoas brancas a usar "penteados Afro", não passam a ser mal vistas. 

2) Esvaziamento cultural e banalização do elemento: Desconhece-se o significado, origem e/ou propósito do elemento apropriado - o que é bem mesquinho e denota um grande desrespeito. Mais em baixo, na secção dos exemplos, explico brevemente um fragmento do simbolismo dos elementos mais comuns.

Há quem tente dar exemplos idiotas para contra-argumentar isto, dizendo que minorias então não podem usar cruzes por esse ser um símbolo cristão. Acontece que toda a gente reconhece o significado da cruz e associa isso ao cristianismo, contrariamente ao que acontece com símbolos de outras religiões, e portanto a crítica não é válida - por isso, e pelo facto de a religião cristã ter sido imposta a muitos povos. Outros exemplos de elementos de culturas maioritárias tendem a ser ainda mais infundados porque grande parte das coisas criadas por brancos não têm o propósito afirmar resistência e muitas vezes são apenas criados pensando no mercado e em popularizar quem criou.

» O que fazer para evitar isso | Condições da apreciação cultural :
Embora esta listinha seja falível, é possível que mesmo quem seja de uma cultura maioritária possa minimizar o impacto da apropriação cultural ou mesmo abolir a apropriação em si, convertendo o uso de certos elementos em apreciação. Basicamente esta lista diz para, se realmente se quiser retratar/usar um elemento de outra cultura, prestar o devido respeito ao fazê-lo.

1) É mesmo necessário/desejado usar este símbolo? Muitas vezes, as pessoas metem uma coisa na cabeça e mesmo que hajam alternativas menos problemáticas das quais poderiam gostar, desconhecem-nas. Antes de responderem a esta pergunta, pesquisem. Vejam se não há penteados/roupas/elementos artísticos/whatever que sejam do vosso agrado e não sejam apropriados. Parece-me difícil não encontrar alternativas considerando o quanto a nossa sociedade tem para oferecer. Se realmente a resposta for sim, então atentem ao resto da lista.

2) Qual a origem e história do elemento? O google está aí para isso: para literalmente chegar lá e pesquisar "history/origin/purpose of dreadlocks" e absorver um conhecimento mínimo. Não custa nada, não é preciso ficar a saber tudo nem aprender o que é relevante de um dia para o outro. Aliás, mais do que memorizar a origem, é necessário entendê-la, e isso só se consegue com um estudo contínuo, mesmo após a adquirição do elemento. O objetivo não é só absorver conhecimento por si só, mas entender a perspetiva de outras culturas e desenvolver uma conexão com as mesmas. 

3) De que forma o grupo que criou esse elemento é oprimido? Esta questão permite reconhecer os próprios privilégios, entender porquê que usar o elemento poderá incomodar e tomar consciência das batalhas atuais das pessoas. É uma forma de criar empatia e de reconhecer que as formas de preconceito e opressão que motivaram a origem do que se quer usar ainda persistem, mesmo que talvez de formas diferentes. Isso implica aprender de que forma racismo, colonialismo, classismo e afins se manifestam hoje em dia, e porquê que utilizar determinado elemento denota que somos privilegiados por poder usar sem riscos algo que a cultura originária não pode. 

4) De que forma é que o elemento empodera a cultura que o criou? Muita gente reconhece que a arte, acima de tudo, é uma forma de expressão. Mas não é a única, e qualquer elemento apropriado poderia ter como propósito fundamental conectar as pessoas às suas origens, criticar a má recepção da sociedade a grupos minoritários e ser um símbolo de resistência. Reconhecer isso é importante para se ter noção de que forma alguém de grupos maioritários estará a diminuir o seu significado ao usar o dito elemento só "porque sim".

5) Será possível contactar com o grupo cultural que deu origem ao símbolo? Nem todos os detalhes estão na internet, e mesmo que estejam, é mais fácil entender o que as pessoas de certo grupo sentem convivendo com elas: ouvindo as suas expressões, constatando a aplicabilidade do elemento. vendo as coisas positivas e negativas que experienciam no dia a dia, e verdadeiramente interiorizado os aspetos culturais. É melhor ainda se se puder conviver com grupos da mesma cultura em localizações geográficas diferentes, já que, como dito, é possível que eles tenham perspetivas distintas e isso ajuda a expandir os horizontes e a ver as pessoas como indivíduos, em vez de monólitos. Se possível, o contacto deve ser em pessoa, mas conversar com alguém online já cobre algumas das falhas das pesquisas.

» Ou seja, 3 conceitos importantes a reter:
Todos eles podem ser incluídos no conceito de "trocas culturais" e associados à globalização, mas o primeiro corresponde à forma errada de fazer essas trocas.
  • Apropriação - Quando: um grupo maioritário usa elementos de uma minoria sem os estudar | Consequência: perda do significado do elemento
  • Apreciação - Quando: um grupo maioritário usa elementos de uma minoria após os estudar | Consequência: respeito pela minoria e pelo significado do elemento
  • Assimilação - Quando: um grupo minoritário usa elementos de uma maioria | Consequência: ser menos mal visto

Exemplos comuns de apropriação cultural
Basicamente, é aqui que eu tagarelo sobre o porquê de diversos elementos serem associados a resistência ou considerados apropriação, e tento esclarecer o significado original de todos eles. ara que conste, esta lista está bastante incompleta, e seria ótimo se fizessem as vossas próprias pesquisas.

» Beleza:
Bindi - Teve origem no sul da Ásia (índia, Nepal, por aí), e tradicionalmente consiste num ponto vermelho (Pottu) ou numa marca vertical (Tilak) entre as sobrancelhas, que no Hinduísmo representa o sexto chakra (o da sabedoria) e ainda o "terceiro olho". Frequentemente usado em casamentos no sul da ásia. Contudo, passou a ser comercializado como um mero acessório.

Rastas e tranças - Muita gente negra alisa o cabelo para ser menos mal vista, mas as rastas e tranças (assim como o cabelo solto com os caracóis naturais) já por si denotam uma recusa de padrões. As rastas têm uma origem Jamaicana mas foram popularizadas por Bob Marley, enquanto que as tranças têm uma história mais associada à escravatura. Só a partir da década de 60, quando ocorreu o movimento Black Pride, é que as pessoas negras puderam começar os seus cabelos naturais independentemente da aceitação da sociedade, e por isso é que são um símbolo de resistência e amor próprio.

Turbantes - Também com uma história associada à escravatura, e aqui um comentário sobre quando os escravos foram levados ao Brasil: "Quando chegaram por aqui, os traficantes de pessoas já tinham apagado os registros do lugar de onde haviam saído, redefinindo etnias com nomes genéricos como Mina (todos os embarcados na costa da Mina), feito-os dar voltas e voltas em torno da Árvore do Esquecimento (ritual que acreditavam zerar memórias e história) ou passarem pela Porta do Não Retorno, para que nunca mais sentissem vontade de voltar, separado-os em lotes que eram mais valiosos quanto mais diversificados, para que não se entendessem." Têm origem Africana, tipicamente usados por mulheres negras, e eram usados para proteger a "ori", isto é, a cabeça, tanto no sentido literal como religioso, sendo também uma metáfora para abrigo e fé coletiva.

» Disfarces: Pois como se não bastasse igualar pessoas que existem a disfarces de fadinhas, bruxas e personagens fictícias, cada um destes disfarces mexe numa ferida específica. A campanha "We're a culture, not a costume" (vejam nos links finais) ilustra isso mesmo.

Índios - Os índios foram forçados a abdicar da sua cultura, e o pouco que restou passou a ser visto através de estereótipos. Mas um disfarce de índio particularmente mau é o da Pocahontas: "The real Pocahontas, whose given name was Matoaka, was abducted as a teenager, forced to marry an Englishman (not John Smith, by the way), and used as propaganda for racist practices before she died at the age of 21." É horrível quando uma cultura minoritária vê um acontecimento negativo da sua história romantizado através de uma história da Disney, e tal como dito no segundo link dos créditos, a maioria das pessoas ficaria revoltada se a Disney tivesse feito uma história em que Anne Frank casava com um Nazi.

Burqa e Hijab - Já mencionei [nesta imagem] que há diferenças entre os vários tipos de véu e consequentemente várias origens, mas falando de maneira geral, estas são pouco importantes para o quão problemático é pessoas não-muçulmanas usarem qualquer tipo de véu, seja como moda ou disfarce. Porquê? Porque imensa gente foi/é vista como terrorista, oprimida e/ou negada refúgio por usar véus. É um caso atual, fácil de entender, contudo muita gente branca parece achar que pode usar esse elemento cultural sem passar pelas provações que pessoas muçulmanas passam para se manterem conectadas às próprias culturas.

» Tradições, comportamentos e arte: 
Yoga - Se há algo que me deixa orgulhosa, foi eu ter (ainda que apenas por coincidência) praticado um dos únicos yogas não apropriado, o Samkhya: tem como símbolo o símbolo Aum, e os professores realmente aprendem sobre hinduísmo, vão à índia aprender mais sobre a cultura, e até aprendem a ler sâmscrito, sendo que esse conhecimento é passado aos poucos aos estudantes de forma a honrar a cultura. Contudo, a maioria dos yogas focam-se apenas na parte física e, se abordarem o lado espiritual ou as origens do yoga, fazem-no de forma muito supérflua.

Rock - "Sam Phillips, the record executive who discovered Elvis, summed it up when he apparently said, “If I could find a white man who had the Negro sound and the Negro feel, I could make a billion dollars.”" Muita gente acha que o rock foi inventado por um branco, Elvis, e embora ele pessoalmente nunca tenha clamado criá-lo, os fãs, a indústria e os meios de comunicação fizeram questão de reforçar a ideia de que foi ele. Mas na realidade, o rock foi inventado por volta de 1950 por artistas negros, sendo Chuck Berrys um dos nomes mais marcantes.

Estampas - Darei um exemplo bem específico relativo a privilégio de classe (que está no link 7), para verem que isto não remete só para questões raciais: Um artista Holandês decidiu fazer um serviço de pratos com umas runas típicas de graffitis/pixações de São Paulo, e lucrar com isso. É extremamente injusto pois as pixações são vistas como uma forma de vandalizar a cidade e "coisa de gente pobre", contudo, o mesmo estilo de arte apresentado por alguém que não tem qualquer conexão com a mesma, nunca foi desdenhado por a praticar e de uma classe superior, rendeu fama e dinheiro. Além disso, despojadas do seu sentido de transgressão, aquelas runas não significam nada.

» Racismo puro sem volta a dar:
Blackface/Yellowface - Nunca pintem a cara de certas cores, nem para fazer cosplay, entendido? Nem me vou dar ao trabalho de explicar muito, diga-se apenas que blackface foi muito usada para troçar das pessoas negras e compará-las a macacos.

Agradecimentos especiais
  • 1. Cultural appropriation [www]
  • 2. What's wrong with cultural appropriation [www]
  • 3. Cultural appropriation of beauty [www]
  • 4. Amandla Stenberg: don't cash crop on my cornrows - youtube [www]
  • 5. Turbantes, apropriação cultural e a desculpa perfeita para ser racista [www]
  • 6. Na polémica sobre turbantes, é a branquitude que não quer assumir o seu racismo [www]
  • 7. Má que diabos é a apropriação cultural [www]
  • 8. Apropriação cultural é um problema do sistema, não de indivíduos [www]
  • 9. Resistência, política e elegância: o empoderamento através do turbante [www]
  • 10. Se ela falasse "vou usar turbante sim" em vez de "vai ter mulher branca de turbante sim", essa postagem não existiria [www]
  • 11. We are all Trini [www]
  • 12. The complex concept of cultural appropriation [www]
  • 13. Essa tal de apropriação cultural - youtube [www]
  • 14. 7 ways of "honoring" other cultures that are really just cultural appropriation [www]
  • 15. 5 simples questions that will help you avoid cultural appropriation [www]
  • 16. Why discussing cultural appropriation isn't just being told what you "can't" do [www]
  • 17. When people ask me why I care about cultural appropriation [www]
  • 18. 8 times black hairstyles were culturally appropriated [www]
  • 19. History of African American hair braiding [www]
  • 20. We're a culture, not a costume - campanha da universidade de Ohio [www
  • 21. 11 of the most culturally appropriated South Asian accessories [www]
  • 22. Cultural appropriation of the burqa in the fashion runaway [www]
  • 23. 5 reasons Katy Perry is pop music's worst cultural appropriator [www]
Concluindo com uma analogia do link 7: apropriação é quando alguém faz um trabalho da escola e é avaliado com má nota, no ano seguinte dá o trabalho a um amigo que teve de fazer algo sobre o mesmo tema, o amigo copia o trabalho inteiro, recebe boa nota e ainda é convidado para o divulgar. Uma situação bastante irónica.

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7 comentários:

  1. YOOOO ANY-CHAN! Meu deus, que saudade de vir aqui surtar ç^ç E pensar que eu estava comemorando pelos posts novos e PAH! Acabo sumindo e quase perdendo os posts! MAS, agora tá tudo tranquilo e favorável, então bora surtar.

    Porém, antes de falar do post em si, eu vou tacar uns assuntos aleatórios porque é sempre bom jogar uma conversa fora. Enfim, fiquei sabendo através de um canal do Youtube br que Portugal venceu aquela competição de música da Europa! Aliás, agora eu entendi porque teve um dia que eu entrei na internet e tava me brotando gringo falando de música de tudo quanto é lado! Ouvi boatos que a música e a interpretação foram super lindas (pelo menos o canal tinha elogiado bastante o representante de Portugal)... Okss, eu sei que talvez tu não seja tão ligada nisso e sei também que rola algumas mutretas (me lembro que um blog ano passado havia falado um pouco sobre isso, algo sobre o voto popular dar mais chances para outros países que tem maior população e talls), mas achei a notícia bacana, ainda mais por ser uma música cantada em português.

    O outro assunto aleatório é sobre AKATSUKI NO YONA! Mulher eu tô meio atrasadinha nuns capítulo (pq tô esperando acumular pra ler), MAS TÔ SABENDO QUE O NEGÓCIO TÁ TENSO! E PELO MENOS NAS TRADUÇÕES BR JÁ ROLOU O BEIJO DO HAK COM A YONA! AI MEU DEUS EU TÔ URRANDO AQUI! CARALHO FINALMENTE A YONA TOMOU A INICIATIVA! Mas, confesso que o melhor foi ver o Hak poker face sem saber o que fazer. Porém, tô sabendo que parece que a Yona se encontra com o Soo-Won e me parece QUE TÁ PRA ROLAR A MAIOR PAULERA NESSE MANGÁ! TÔ LOUCA PRA VER ESSA BARRACA CAIR! MUAHAHAHAHAHAHAHA \O/

    Enfim, acho que era isso... EU sinto que tinha mais outro assunto aleatório para comentar, mas tô me esquecendo............... AH, ME LEMBREI! Guria, teus posts sobre representatividade tão surtindo efeito em mim, porque esses dias o meu professor de filosofia estava comentando sobre o quadro Mona Lisa e tava falando de umas "teorias" que diziam que na verdade ali não era uma mulher, mas um homem porque o Leonardo da Vinci na verdade se via como uma mulher, porém ao falar isso ele complementou com a seguinte frase "Porque o Leonardo era homossexual, portanto se via como mulher", confesso que isso me causou uma certa pontada, porque se ele se via como mulher, então seria um trans, correto!? (mas se eu estiver enganada então desconsidere todo esse parágrafo e a minha pontada. Mas se eu estiver correta, então acho que teus posts são trazendo resultados, porque se fosse antigamente eu ficaria bem ok com isso e até acharia que estava correto e talls)

    Okss, agora vamos de fato ao post!

    "O problema não está no facto de haver 1 pessoa que usou determinado penteado - apropriação não é uma questão de atitudes individuais. É um problema do sistema" ISSO FOI MUITO ESCLARECEDOR! O meu maior problema para entender sobre isso era porque alguns lugares vinham com exemplos individuais e eu ficava meio boiando, porque pelo menos na minha visão se uma pessoa acha determinado acessório ou objeto bonito, não tem tanto problema usar. Tipo a minha tia, ela ultra ama esculturas de africanos, tanto que a casa dela é repleta de decorações da Bahia (um estado aqui do Brasil que tem forte ligação com a cultura africana por causa da história do país, então lá se acha bastante esculturas de pessoas negras relacionadas com a cultura da região), então sempre que ela pode ela compra um enfeite novo para casa e volta e meia ela dá uns rolês por lá. Tipo, acho isso até legal, porque dá para ver que ela curte mesmo essas coisas, aliás ela até mesmo já me levou para ver um ritual de Umbanda na praia (acho que foi no dia de Iemanjá), que diga-se de passagem foi bem daorinha..... ENFIM, Ó EU ME DESFOCANDO DE NOVO DO ASSUNTO! FOCA NO ASSUNTO, FOCA NO ASSUNTO! Enfim, o que me complicava a cabeça é que geralmente traziam exemplos individuais o que complicava para entender a gravidade do assunto. Porque eu acredito que uma pessoa aleatória curtir ou achar bonito algo de outra cultura e querer usar tá valendo...



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    1. Bom, contanto que ela não desmereça essa cultura porque aí já é outra história ou acabe desviando o assunto pra outro lado como a moça branquinha do turbante, que no final eu primeiro fiquei bem chocada com o que aconteceu, pensei "Mas que porra tá acontecendo, coitada da guria só quer ficar mais bonitinha", mas depois que fiquei sabendo da frase que ela largou percebi que a história já estava se encaminhando para outro lado. Tipo, é como se tivesse desviado completamente do assunto "turbante para se sentir melhor consigo mesma e superar a doença" para sei lá..... meio que empurrar tudo numa discussão racial pra ver quem tem ou não direito de usar um turbante.

      Falando ali dos critérios:
      1) O pior que aí se aparece uma pessoa afro usando o seu cabelão afro, brota gente dizendo que a pessoa quer se aparecer ou "pagar uma de afro / de diferentona" Como eu moro no sul é até meio "raro" ver pessoas afro-descendentes, ainda mais na região que eu moro, que foi colonizada por imigrantes de italianos e alemães, tanto que minhas amigas me consideram "pretinha" xD (e isso que eu nem sou tão morena assim). Mas já fiquei sabendo de casos por aqui no Brasil de pessoas que tiveram até mesmo emprego rejeitado devido o cabelo afro (tipo, sendo que o um dos povos que contribuíram pakas para formar o povo brasileiro foram os africanos). Mas acho que um pouco deve ser de questões históricas, porque depois da escravidão os africanos ficaram literalmente poker face, tipo foram liberados, mas não tinham onde morar, nem onde arrumar emprego, então acabou rolando a marginalização deles e até um tempo atrás se tinha a visão de pessoas negras e a cultura delas fossem coisa de marginal.

      "Desconhece-se o significado, origem e/ou propósito do elemento apropriado" Uma coisa interessante que vi numas lojinhas da praia no verão, foi que tinham umas estátuas de deuses ligados a religião africana (só não sei direito que religião e deuses eram), mas junto nessas estátuas vinha um cartãozinho explicando a origem do Deus, o que ele representava na religião e de onde veio o nome dele, o significado e tudo. Achei super bacanudo! Acho que uma forma de ajudar também seria essa, se na hora de vender as empresas e/ou pessoas colocassem junto um pouquinho do significado do objeto, porque também não é todo mundo que sabe onde pesquisar e muitos também podem comprar sem nem fazer ideia, pensando que é alguma coisa criada pela própria pessoa que está vendendo.

      Sinceramente, até que não fico tão chocada com a parada da Pocahontas, porque eu já tinha lido em algum lugar que algumas das princesas da Disney são inspiradas nuns acontecimentos reais bem macabros e tensos '-' Porém... CREDO E PENSAR QUE AQUELA HISTÓRIA FOFENHA DE CRIANÇA TEM ESSA COISA TENSA POR BAIXO! Acho que deve ser semelhante a esses mangás que retratam abuso de forma romantizada, tipo para pessoa que passou por isso deve ser uma puta sacanagem e falta de consideração. Também ouvi boatos (não sei se foi aqui ou em outro lugar) que o filme Moana também estereotipou bastante a cultura que eles quiseram representar (mas fiquei sabendo disso por fora, também não tenho muito certeza do quanto isso foi feito).

      Ah, sobre a parada dos índios, antigamente tinha um filme brasileiro bem famoso chamado Tainá que tinha como protagonista uma menina Índia que morava na Amazônia. Fazem anos que eu não vejo esse filme, mas pelo que eu me lembre ela bem legal, trazendo um lado bacana dos índios e assuntos sobre cuidar da natureza. Talvez o filme tenha os seus deslizes, mas o bacana é que ele trazia um outro lado sobre as tribos indígenas e sobre a natureza num geral. Lógico de forma mais suave já que era um filme para crianças, mas o legal é que ele trazia uma conscientização sobre o assunto.

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    2. Essa questão da Burqa é tão sério, que vendo um canal brasileiro (no qual os donos vivem no Canadá) eles contaram que rolou mó comoção por lá, porque havia um grupo de pessoas que eram do oriente que foram visitar o Canadá e estavam tirando bastante fotos do lugar, aí o povo pensou que fossem terroristas fazendo "reconhecimento do lugar", quando na verdade dentro desse grupo haviam pessoas com deficiência visual, então estavam tirando várias fotos para depois chegar em casa e ampliar tudo para ver melhor os detalhes de onde visitaram =/

      SHAUSHUAHSUAHSUAHSUASHUAHSU EU NÃO SEI SE EU RIO OU CHORO COM ESSA PARADA DA PICHAÇÃO EM PRATO EM DE GENTE RICA. Enfim, confesso que não fico furiosa com o artista holandês, pois ele deu uma função bem melhor para esses símbolos do que eles possuem aqui no Brasil. No final das contas esses símbolos são muito vistos em qualquer lugar da cidade, até mesmo em monumentos históricos, tanto que há vários monumentos da minha cidade natal que estão cheios de pichações e depredação. Aliás, tem uma ex-vinzinha da minha família (que no caso mora na minha cidade natal) que já pintou e repintou trocentas vezes o muro da casa dela porque vem um bando de muleque pichar a casa dela. E o pior que isso é visto como coisa de "gente pobre", mas é na verdade coisa de gente sem educação, porque eu já tive colegas meus muito bem de vida, e que de zoas saiam por aí para pichar muro de escolas =/ Enfim, é uma pena que as pichações por aqui não são usadas dessas forma. Mas agora com o crescimento da arte de rua até que pode rolar uma esperança, porque aí ao invés de ter paredes pichadas, existem artistas que fazem grafite, aí eles vão direitinho perguntar para a pessoa dona do estabelecimento (tipo uma escola ou prédio aleatório) e pedem permissão para pintar a parede e fazer grafiti, e disso surgem coisas muito bonitas. Tem até dois irmãos brasileiros que são bem famosos por isso.

      Enfim, eu não sei como é em outros países, mas vejo que muitas pessoas de fora quando vem para o Brasil falam que somos bem receptivos com culturas diferentes, e até certo ponto eu acredito que uma das melhores características do povo br é que gostamos de aprender e receber outras culturas. Mesmo que aqui dentro um com os outros e em determinadas situações existem aqueles que não são tão favoráveis, num geral sabemos apreciar o diferente e o que os outros países tem a oferecer. Sei lá, é tão legal poder conhecer outras culturas, ver o que elas tem de diferente e semelhante conosco, não entendo porque há pessoas que só querem tomar, qual o problema em dar os créditos para outro povo quando esse fez algo incrível!? Acho que pelo Brasil ser essa mistureba fica até certo ponto mais fácil para a gente aceitar coisas diferentes (já que aqui cada cantinho é como se fosse um mini país XD)

      Bem, acho que eu já falei demais! Adorei o post, ele foi bastante esclarecedor em alguns pontos que eu tinha dúvida xD (p.s: shaushuashuashu ainda não tô crendo na parada do artista holandês)

      Kiss

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    3. Haha, hora de responder aos seus tópicos aleatórios que quase ocuparam um comentário inteiro <3 Sobre a competição de música, eu de facto não sou muito ligada mas dá sempre um orgulhinho saber que Portugal faz alguma coisa bem – mas o facto é que a canção, apesar de linda, é bem sad e os próprios portugueses brincam com isso dizendo “só não chora quem não tem coração” >.< Quanto a AnY (eu adoro como a abreviatura de akatsuki no yona é o meu nome ^^) O MANGÁ ESTÁ CADA VEZ MAIS PERFEITO! Em inglês já passamos dessa parte, mas de qualquer forma foi ótimo ver alguém naquele casal a tomar atitude!

      E os posts estão a ter mais do que efeito, estou a ver ^^ Quem me dera que houvesse mais pessoas a ter pontadas assim. No caso, vendo-se como uma mulher é “umA” trans, não “um”, porque os pronomes devem estar de acordo com a identificação da pessoa. Mas o que eu sei sobre o Leonardo era apenas de que ele gostava de homens – e embora oficialmente ele seja chamado “homossexual”, não há nada que garante que ele não goste de pessoas de outros géneros também. Se ele se via como mulher ou não, disso também não há provas, apenas interpretações em função desse quadro e de outras coisas, mas se eventualmente ele fosse uma ela, ou seja, uma mulher trans, e se só gostasse de homens, nesse caso até seria uma mulher hétero. Claro que possivelmente na época a distinção não se fazia tão bem e os termos podiam ser aplicados de forma diferente – aliás, se calhar dantes nem sabia que sexualidade e género eram coisas distintas – e é possível ser trans E de qualquer orientação, mas pelos padrões atuais, o que o seu professor disse está completamente errado.

      Agora a sério sobre o post: Ainda bem que foi esclarecedor, maaaaaas, claro que no fundo se toda a gente não tomar atitudes individuais para corrigir o problema do sistema, não deixa de ser um pouco culpa delas. Podem não ter originado o problema, mas ignorar que ele persiste e que ações e escolhas pessoais contribuem para o normalizar não é muito melhor. Não é, obviamente, achar bonito que tem problema, e é bom que pessoas curtam coisas diferentes, mas era bom também se curtissem a cultura e as pessoas a quem os acessórios ou lá o que foi apropriado pertence. No caso da sua tia, não é obviamente o que ela faz ou deixa de fazer que vai mudar o mundo – mas seria melhor se, caso ela não saiba, aprendesse mais sobre as origens africanas dessas decorações. Assim as coisas poderiam continuar a ser usadas sem apagar os créditos e o respeito por quem as criou. Tal como você disse, “contando que ela não desmereça essa cultura”. Ah, mas sidenote: obviamente você não é responsabilizada pelo que a sua tia faz, não dá para controlar as ações dos outros e mesmo que tenha uma conversa com ela sobre isso, ou com quem que seja, nem sempre as pessoas estão dispostas a ouvir. Por exemplo, a minha mãe quer voltar a usar rastas e eu sei que seria impossível para mim tirar-lhe a ideia da cabeça. E esse problema da menina branca de turbante foi um problema PRECISAMENTE porque ela não usou o turbante para se sentir melhor consigo mesma, mas para pedir uma discussão.

      Acerca do 1, eu mesma que não sou do brasil oiço imenso falar de casos em que as pessoas ficam no desemprego por terem cabelo afro. Por isso é que conseguir usar elementos da cultura africana sem acatar com as consequências é esbanjar privilégio branco na cara das pessoas. E sim, questões históricas são grande parte da causa por apropriação incomodar tanto, precisamente por contribuírem para isso da ideia de que cultura negra é coisa de marginalizado – então passando a usar isso como modinha, basicamente está-se a tirar o controlo que o grupo originário tinha sobre a sua cultura.

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    4. Essa iniciativa da loja até me pareceu boa, sempre é uma forma de ir informando as pessoas aos poucos. Parte da culpa está nas empresas mesmo, elas são quem mais desrespeita os grupos e abafa a informação (aqui um exemplo de estampas roubadas https://vaspider.tumblr.com/post/160896317726/destinyrush-yes-let-them-know), então mesmo que eu não saiba exatamente se isso que a loja fez compensa ou não, de uma perspetiva de pessoa branca, parece-me bem.

      Bem, nem tudo das princesas Disney têm origens reais, alguma são originadas nas histórias dos irmãos grimm – mas que todas as histórias têm uma ambientação macabra, sem dúvida. “ deve ser semelhante a esses mangás que retratam abuso de forma romantizada, tipo para pessoa que passou por isso deve ser uma puta sacanagem e falta de consideração” <===THIS SUPREMO! Melhor metáfora, captou perfeitamente! Ah, e Moana também teve alguns probleminhas sim, embora eu nem esteja 100% dentro do assunto, e embora seja algo bem melhor do que aconteceu com Pocahontas, o que eu sei foi que 1) tentaram misturar muitas culturas e isso criou algo pouco fiel 2) embora o negócio das princesas independentes seja lindo e feminista, não teria sido má ideia dar um par romântico à Moana, pois é raro pessoas negras serem tratadas como interesses amorosos dignos. E acho que vou pesquisar sobre esse filme Tainá para ver o que os próprios grupos retratados dizem dele :)

      Nem imagina a confusão que a Burqa já deu, principalmente na França. As pessoas já nem podem praticar a sua religião em paz que já são consideradas terroristas. Engraçado porque com pessoas não pertencentes a uma maioria, todas levam com as culpas do que uma pessoa fez e são vítimas de generalização, mas se isso acontecesse com maiorias, o Twitter já estaria a explodir com tags de #NotAll[Men/White/Straight/…]People.

      Sore as pichações, daria para discutir aqui a diferença entre vandalismo e arte, mas basicamente acho que é vandalismo quando são invadidas propriedades privadas. Agora, muita dessa arte de rua é feita em locais perfeitamente admissíveis e o que me incomoda na questão dos pratos com pichações é a ironia: gente rica, que frequentemente se dedica a apagar a arte de rua, é servida com a mesma arte que se esforça por destruir. Isso só prova que o que incomoda essa gente não é a arte, mas quem as faz, e o facto de serem feitas em locais acessíveis a qualquer pessoa (como a rua), em vez de estar em museus onde a entrada exige que seja preciso pagar.

      O que eu penso é que o Brasil é tão grande que tem espaço para gente muito diferente, desde as mais receptivas às mais extremistas e mente fechada. Mesmo na blogosfera já encontrei pessoas muito distintas. Então por muito que eu admire essa diversidade toda, não sei até que ponto as generalizações são reliable. Mesmo assim, noto que há cada vez mais gente espetacular e isso deixa-me muito feliz :3

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  2. "quando elementos de certa cultura ou grupos sociais são tomados por pessoas que não pertencem a esse grupo" Isso também se aplica a pessoas ocidentais que adoptam religiões orientais? Se não, porquê? ;)

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    1. Eu não sei o quê que vocÊ espera que eu repsonda, mas percebeu que no post estava explícito que adotar religiões orientais SEM AS RESPEITAR DEVIDAMENTE era um dos problemas mais explícitos do post? É que ao que parece vocÊ só leu essa citação. Reparou que eu disse que um dos critérios chave para se verificar apropriação ocorre quando um grupo maioritário apropria algo do grupo minoritário? Não comente se não leu tudo, o post não vai fugir por demorar um pouco mais de tempo a ler.

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